Quem ensina também aprende

Sobrinhos são filhos do coração, presentes de amor. As boas lembranças de convívio ativam a memória e convidam para viajar no túnel do tempo para reviver histórias e doces momentos.

Volta a recordação da primeira ida ao teatro com dos sobrinhos. Na primeira fila lado a lado assistíamos as peripécias dos três porquinhos. Os atores no palco interagiam com a plateia, incentivavam as crianças a descobrirem e informar onde se escondia o lobo mau. Distraída com o som e o movimento, de repente o vi no  palco. Os atores surpresos com a ousadia daquele menino de cinco anos o trancaram em uma das casinhas dos porquinhos. Ele abriu a janela e gritava para que impedissem as ações malévolas do lobo mau. Com seu desempenho improvisado roubou a cena e provocou gargalhadas na plateia. Envergonhada, tentei retirá-lo de lá, mas os atores impediram e o orientaram a continuar participando. Ao término do espetáculo, os atores pediram aplausos para ele, que abraçou a todos dizendo que adorou sua primeira ida ao teatro.  » Read more

Lembrar ou esquecer

As vidas deles se cruzaram em uma cidade do interior de São Paulo. Ela, adolescente, cosmopolita, amante da liberdade e da paixão. Ele, interiorano, tímido, assediado na rádio em que trabalhava, por ouvintes encantadas pela sua voz e estampa. Ele apaixonou-se por ela que se encantou pelo amor dele. Após um breve romance, a previsível separação.

A vida seguiu seu curso e novas relações surgiram na vida de ambos. Ele casou-se e cuidou, como prometeu no altar, até a morte da única mulher de sua vida. Ela viveu inúmeros e intensos amores, amargou decepções, experimentou as mais diversas relações. » Read more

Encruzilhada

A empresa em que trabalhava o dispensou há seis meses por defender um colega. É um jovem de 25 anos, casado e com filho de 2 anos, o perfil de milhares de jovens desempregados desse país.

Com poucos anos a mais que ele, o companheiro de trabalho, estava vivendo luto, recente e dolorido, pela morte repentina do único filho de 9 anos. Além da própria dor de pai, compartilhava a tristeza e o choro da esposa durante noites em claro, desdobrando-se para consolá-la e acalmá-la em  seus braços . Indiferente ao fato, o chefe lhe ordenou o cumprimento de atividades noturnas. Colega solidário e testemunha do sofrimento do amigo, ofereceu-se para substituí-lo. O chefe, rejeitou a substituição  mandando, agressivamente, o funcionário encaminhar a mulher a um psiquiatra ou, então, buscar outro emprego. Diante das lágrimas silenciosas rolando no rosto do amigo, sentiu o sangue lhe subir à cabeça, desentalando o grito de inúmeros impropérios, que foram contidos e acumulados, em anos de humilhação que vivera nessa empresa. Foram os demais colegas que o impediram de agredir, fisicamente, o insuportável chefe-carrasco. » Read more

Dia de João

O solstício na Europa gerou a festa pagã de culto aos deuses da natureza, realizada ao redor de uma fogueira. Segundo o mito grego, o deus Adônis era disputado por Afrodite (deusa do amor) e Perséfone (deusa dos infernos).Zeus apaziguou a disputa entre as deusas, determinando que Adônis viveria metade do ano com Afrodite à luz do sol, e a outra metade com Perséfone, nas trevas.

A vida de Adônis com as deusas correspondia aos ciclos das plantas. Vivia, com Perséfone, a morte delas  durante o outono e inverno, e o renascimento, com Afrodite, na primavera e verão. O marco da renovação, do renascer da natureza, da mudança no ciclo de Adônis, era comemorado no dia 24 de junho. » Read more

Mãe e o desafio de educar

Para a maioria dos pais realizar todos os desejos dos filhos tornou-se obrigação. Desde muito cedo, as crianças percebem o poder que possuem de manipular os pais e se regozijam com o exercício da tirania. Valores de cidadania e solidariedade não existem para esses futuros adultos. Aprendem que além dos pais o mundo lhes deve atendimento às suas necessidades e caprichos.

Mães do século XX costumam se incomodar e muito com atitudes de pais que não fornecem limites e criam pequenos tiranos. Recentemente, observei um fato que me surpreendeu. Uma jovem mãe em uma mesa de restaurante, conversava animadamente com uma amiga, ignorando que sua filha, de aproximadamente 3 anos, que jogava ao chão envelopes de temperos disponíveis na mesa. Mesmo quando um funcionário recolheu do chão tudo que foi atirado e desperdiçado a mãe não reagiu, não o ajudou e nem se desculpou, ou sequer orientou a criança para que isso não continuasse acontecendo. É como se tudo fosse absolutamente natural. » Read more

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