Fim do amor

16 separações de casais que a gente achava que seriam eternos - Listas - BOL

O nascimento e a morte do amor são um mistério. Há inúmeras razões e circunstâncias, mas o desfecho é sempre misterioso.

A paixão aparece de repente, ataca corpo e alma, acelera o coração, faz as mãos suarem, fixa a imagem do objeto amado no pensamento e acentua o desejo de ouvir a voz, de sentir o toque. Amantes vivem constantes sensações de borboletas no estômago, de som de baladas de sinos, de voos com asas imaginárias.

É a paixão que abre espaço para que surja o amor que irá transformar, ondas de sentimentos arrebatadores em calmaria. O mar revolto aquieta-se com a convivência dos amantes, no quotidiano, no desenvolvimento de projetos de vida. O convívio do dia-a-dia permite viver diferenças de pontos de vista que podem solidificar ou destruir o relacionamento.

Mágoas acumuladas, perspectivas diferentes na vida, escolha de diferentes caminhos, novas paixões, ou mesmo motivos indecifráveis podem destruir o amor. A ruptura, nesse caso, é inevitável. O amor pode morrer para um dos amantes ou para os dois ao mesmo tempo A felicidade da presença se transforma em vazio, o desejo da proximidade é substituído pelo afastamento. Sentimentos como raiva, agressão, indiferença, tristeza acompanham o luto pela morte do amor.

Inúmeras histórias de paixão e amor se multiplicam no universo humano, mas será que são exclusivos aos seres humanos?

Bibi e Poldi nasceram por volta de 1897. Não se sabe, ao certo de onde vieram, talvez da Ilha de Gálapagos, passando a viver juntos, como casal, na Suiça. Gostavam de comer tomates, verduras, fazer passeios juntos, caminhando lentamente lado a lado. Dividiam todo o tempo um com o outro. Contavam com diversos cuidadores que lhes oferecia as melhores condições possíveis. Em 1976, o casal foi enviado para a Áustria, mantendo a rotina e o mesmo quotidiano juntos, numa convivência amorosa e tranquila de 115 anos, metade da expectativa da vida deles.  

Bibi e Poldi são duas tartarugas saudáveis, com mais de dois metros de comprimento, pesando em torno de cem quilos cada um. O zoológico austríaco como o suíço, sempre ofereceu a eles uma existência despreocupada, com abrigo, comida, e um belo espaço para caminhadas. Muitos dos cuidadores já morreram e não há informações precisas de como eles vieram parar na Europa. Apesar disso, sempre houve uma preocupação dos veterinários, biólogos e cuidadores em reproduzir um ambiente próximo ao da origem deles. Durante mais de um século o casal parecia estar adaptado às condições oferecidas, embora nunca tenham gerado filhotes.  

Bibi sempre amou tomates e os comia na presença de Poldi. Um dia, sem qualquer alteração no ambiente ou na rotina do casal, Bibi implicou com Poldi. Bibi atacou seu companheiro agredindo-o com mordidas que fizeram Poldi se recolher dentro do casco e mesmo assim Bibi continuou atacando-o e chegou a tirar sangue do seu casco.

Depois de mais de um século de convivência Bibi cansou. Não quis mais saber do seu companheiro. Os cuidadores insistiram e Bibi voltou a atacar. Foi preciso separá-los para preservar a vida de Poldi.

Foram convocados biólogos, psicólogos, veterinários e outros cientistas para desvelarem

o mistério do fim do amor. Foram tentadas várias estratégias para que a aproximação do casal fosse possível. Introduziram uma falsa tartaruga para ela atacar em vez de Poldi e ela ignorou. Colocaram um obstáculo separando o casal, mas com a possibilidade de Bibi acessar o companheiro. Ela ignorou. Foram realizadas novas tentativas de colocá-los no mesmo ambiente e novos ataques aconteceram. Depois de muita observação, estudos e tentativas resolveram desistir de aproximar o casal e se submeteram ao desejo de Bibi.

Anos já se passaram e até agora nada mudou. Bibi continua solitária e evitando Poldi. Ele também parece conformado com sua solidão. Os humanos é que não desistiram e continuam buscando dar um sentido ao comportamento de Bibi, investigando e tentando encontrar uma alternativa para que eles voltem a conviver.

Os humanos têm mais dificuldade que para as tartarugas para aceitar a ruptura, a separação. Poldi continua vivendo calmamente a sua vida. Bibi, também. Mas, os cientistas e cuidadores querem compreender qual a lógica para a mudança. O que Poldi teria feito? Qual o ponto de virada do relacionamento? O que será que irá acontecer? A separação será definitiva? Talvez seja mais fácil admitir que o nascimento e a morte do amor é um mistério. Quem sabe se Bibi e Poldi pudessem falar nos diriam que o amor pode morrer mesmo depois de mais de cem anos de convivência amorosa e tranquila, sem qualquer explicação.

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2 comments

  1. Merrill Rahal disse:

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