Livros que gostei (Literatura)

Oliver SacksSempre em movimento: uma vida

Oliver Sacks

Cia das Letras, 1ª edição, São Paulo, 2015

 

A autobiografia de Oliver Sacks é um texto vibrante e que desperta nossas emoções. Ele nasceu em Londres em 1933, foi professor de neurologia clínica na Universidade de Columbia e faleceu em 2015. Um médico apaixonado, interessado pelos seus pacientes, curioso na busca de compreender o mundo. Nesse livro ele relata suas paixões pelo levantamento de peso, natação e moto e de sua vida repleta de aventuras. De forma bem humorada e humana nos conta como venceu o preconceito contra o homossexualismo, o vício das drogas e aborda com energia as questões emocionais com as quais conviveu. Compreender seus pacientes orientou sua vida e trouxe contribuições sobre o funcionamento do cérebro e como ele pode nos tornar mais humanos.

 

jogo do anjoO jogo do Anjo – Carlos Ruiz Zafón, tradução Eliana Aguiar- Rio de Janeiro, Objetiva 2008

O personagem David Martin nasceu em Barcelona no início do século XX e o livro explora essa cidade . Ainda criança David perdeu o pai assassinado na porta do jornal, onde trabalhava como segurança, vitima de um tiro que era dirigido ao herdeiro Pedro Vidal. David também perde seu grande amor Cristina para seu amigo. David torna-se um escritor fracassado adoece e é procurado por Andreas Corelli, um editor de livros que lhe faz uma oferta misteriosa. É uma história de suspense cuja trama envolve e prende o leitor do início ao final do livro.

olhos cegos de cavalos loucosOs olhos cegos dos cavalos loucos –  Ignacio Loyola Brandão; Ilustrações Alexandre Rampazo, 1ª ed. São Paulo, Moderna, 2014.

O autor, Ignacio Loyola, nos oferece o relato de um garoto que depois de mais de cinquenta anos, agora um avô, resolve confessar uma traquinagem realizada na infância que magoou seu avô. A  culpa carregada por meio século aparece nesse belo relato emocionado que apresenta de forma poética as relações familiares, culpa, arrependimento.

 

um mapa todo seu

Um mapa todo seu – Ana Maria Machado

A autora Ana Maria Machado nos leva ao final do século XIX reatratando a história de dois personagens muito interessantes. Eufrásia Teixeira Leite uma órfã que decide cuidar dos negócios do pai e necessita vencer a resistência da família que sonhava para ela um bom casamento. Ela escolhe ser uma empresária e investidora num universo que era, então, estritamente masculino.

Joaquim Nabuco, jornalista, político e diplomata é outro personagem que foi essencial para a obtenção da abolição da escravatura no Brasil. Com origem muito diferente de Eufrásia é também um idealista.

A partir de Eufrásia e Nabuco conhecemos o cenário das lutas para a autonomia feminina e liberdade dos escravos diante das dificuldades políticas do país.

A autora cruza os caminhos de Nabuco e Eufrásia explorando suas individualidades, paixões e frustrações. Como leitores torcemos para que o romance dos dois se efetive diante das semelhanças e diferenças que eles apresentam para encontrarem um lugar no mundo para a realização de seus ideais.

O texto de Ana Maria Machado além de oferecer o contexto das lutas sociais nos leva a refletir sobre as escolhas individuais e como elas influenciam na construção de um mapa para a liberdade. Realidade e ficção nos ajuda a compreender as dificuldades políticas de um país em formação, a luta para a abolição da escravatura e da autonomia feminina.

Melodia Mortal – Pedro Bandeira e Guido Carlos Levi. 1ª Edição. Rio de Janeiro. Fábrica231.2017

O escritor Pedro Bandeira com o médico Guido Carlos Levi se associaram para escrever um livro delicioso. Guido, amante de literatura policial e música clássica interessou-se em desvendar, com as lentes dos conhecimentos médicos atuais, os mistérios das mortes dos compositores clássicos. Os dois autores convidaram o personagem doutor John H. Watson, auxiliar de Sherlock Holmes, para colaborar nessa aventura.

Há, inicialmente, a descrição da morte de um compositor e as hipóteses, na época, com a participação dos investigadores Holmes e Watson. Em seguida, um grupo de médicos de diversas especialidades, que vivem na atualidade, apaixonados por casos policiais, reunidos em uma mesa de um bar, discutem, analisam os fatos e fornecem um veredicto.

O texto divertido, remete o leitor para os mistérios do passado, para a morte de um compositor conhecido, (Mozart, Beethoven, Tchaicovsky, entre outros). O contexto traçado para a época, de cada um deles, surpreende o leitor com espantosas revelações. E cada um dos casos ao ser analisado por um grupo de médicos atuais, especialistas, fãs de Sherlock Holmes, despertam novas reflexões, ao encontrarem novas hipóteses e respostas possíveis para a solução dos enigmas dos fatos.

Jogo de cena em Bolzano – Sándor Márai. (tradução do húngaro Edith Elec) 1ª edição. São Paulo. Companhia das Letras. 2017.

O romance parte de um fato histórico, da fuga da prisão de Giácomo Casanova, um nobre aventureiro, acompanhado de Balbi um monge expulso de sua congregação. Na ficção, depois de três dias, eles chegam a Bolzano, no extremo norte da Itália.

A vida devassa do aventureiro Casanova deixou no passado, em Bolzano, Francesca, que ao se casar com o primo do rei da França, o impediu de concluir a corte que fazia a ela.

Sem dinheiro, Casanova, improvisa para sobreviver, e torna-se conselheiro pela sua experiência e fama como aventureiro. Ele revoluciona a calmaria da cidade. Mas, também, enfrenta o seu passado, o antigo rival que o venceu e o amor da mulher que sobreviveu ao tempo. Enfrenta o dilema de mudar sua natureza e a própria vida.

Nesse contexto, o autor nos brinda com maravilhosos monólogos sobre o destino, felicidade, amor, paixão, honra, vida e morte. A beleza do texto e das interpretações da vida provocam no leitor verdadeiro encantamento.

 

541 Total de visitas 1 Visitas de hoje